terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Rumo à cidade!


No início da Idade Média, as cidades não passavam de centros rurais de administração militar e jurídica onde eram resolvidos problemas dos feudos. Com o comércio numa gradativa escalada de expansão, as cidades passaram a crescer bastante, tornando-se zonas atrativas de mercadores.

E como era uma cidade? Era uma região fortificada que garantia segurança a seus habitantes e onde, geralmente, encontrava-se uma igreja. Chamava-se "burgo" e foi aí que o comércio expandiu cada vez mais, ocasionando uma grande evasão de pessoas, dos feudos para as cidades, em busca de trabalho e melhor qualidade de vida.

Os senhores feudais não se preocuparam muito com esses movimentos migratórios pois acreditavam que, por estar em seus domínios, fariam às cidades as mesmas cobranças de impostos, taxas e serviços, conforme no regime feudal.

Porém, a vida nos burgos era totalmente diferente da do feudo, pois estava em constante mudança devido a um amplo fluxo de capital e mercadorias. Deste modo, as tradições feudais administrativas e jurídicas não se adequavam à vida nas cidades, causando um grande desagrado aos mercadores.

Logo, os pequenos comerciantes uniram-se, formando as "corporações" ou "ligas". Através dessas organizações, lutavam juntos para conquistar os direitos necessários para a não paralização ou interrupção de suas atividades econômicas.

O primeiro direito conquistado foi a liberdade de ir e vir sem a necessidade de pagar os impostos abusivos. O segundo, e mais importante, foi o direito sobre a terra, o que acabou com o sistema de arrendamentos. Esse direito foi conquistado gradativamente, pois muitos senhores feudais temiam a perda de seu status "quo" e o declínio do sistema social, resistindo à venda de direitos sobre suas terras.

Nesse meio tempo, as Corporações ganharam bastante prestígio e poder, exercendo forte influência em várias cidades e participando ativamente do cenário político da época. Isso só mostra a mudança de anseios entre a população do início do feudalismo e a população moradora dos burgos, onde a riqueza passou a ser contada não mais por terras, mas sim pela intensidade da atividade comercial.

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